É possível ter um bom dia sem Mokambo?

Em Avanca a cada duas semanas, em média, a fábrica da Nestlé produz Mokambo. A seguir à Paula Bobone os funcionários desta fábrica são os que mais contribuem para as boas maneiras em Portugal, o que seria ninguém dizer bom dia?

Antes de mais, bom dia! Ainda se lembra como é que começavam os dias nos anos 80? Pois bem, para os mais esquecidos ou para aqueles que como eu nessa década ainda estavam em protótipo cá vai uma ajudinha.

Pois bem, fazer publicidade a preto e branco com a carga dramática de um senhor de bigode e ainda assim passar alegria não é de todo tarefa fácil, mas a Nestlé acertou na mouche. Se não há cor (pelo menos para grande parte das pessoas), nem danças loucas do tik-tok a solução foi apostar num jingle bem disposto, cheio de energia e que fica na memória. O conceito pretendia passar que as manhãs não têm de ser cinzentas e chatas e aqui podemos dizer, missão cumprida. 

O jingle “Diga ‘bom dia’ com Mokambo, Mokambo, Mokambo. O gosto bom dos cereais, Mokambo, Mokambo”, ficou na cabeça dos portugueses e por essa mesma razão continuou a ser aposta da Nestlé nos anos que se seguiram.

Mokambo posicionou-se como a marca top of mind no que respeita às bebidas de cereais com café e por isso em 1996 foi para o ar o último spot publicitário com esta premissa. Pasmem-se o que como eu nasceram no início da década de 90 e ainda assim se lembram desta publicidade como se a tivessem visto ontem. Eu tinha 3 anos quando passou a última vez e acabo assim de descobrir que afinal, a minha primeira memória não foi daquele chupa-chupa com carinhas que o meu avô meu deu quando eu tinha 5 anos. 

Mais de uma década a ouvir “Diga bom dia com Mokambo” foi eficaz o suficiente para a marca apenas volta a lançar uma campanha publicitária 20 anos depois. Eis que em 2017 acontece isto…

Criticada pela melancolia e pelo corte abrupto com a alegria iminente da campanha original, faltou a estes críticos perceber que não temos sempre que dar tudo e que agora as televisões já são a cores. Sem falsos revivalismos, acho que a nostalgia desta última versão honra precisamente a ligação às anteriores. Honra a memória coletiva que todos temos dessa época sem tentar simplesmente trazê-la para os dias de hoje. Relembra de forma eficaz que sempre esteve lá. Estava lá quando nós tínhamos 3 anos e nem percebemos que já tínhamos memória, esteve lá ao longo dos últimos 20 anos em que nem demos por ela por já fazer parte da rotina. E relembra que continua a acompanhar-nos, não só ao pequeno almoço mas a qualquer hora do dia quando precisamos de um boost de energia e um quentinho para o coração. Em suma, esta campanha foi um abraço caloroso como quem diz “sempre estive aqui, e continuarei aqui mesmo que não dês conta”. 

Agora pergunto, não é isso que queremos de todos as marcas?

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